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É uma das mais
belas borboletas existentes no mundo. É um símbolo
da região tropical das Américas. Ela é cultuada
como a alma do índio morto, na cultura indígena do
Brasil Central (2.0pt">Luiz Otero, com. pess.). No Rio de
Janeiro, recebe o nome de praia-grande.
A borboleta Morpho menelaus ocorre em grande parte do Brasil. A
subespécie tenuilimbata ocorre no Sudeste brasileiro.
No Rio de Janeiro, ela voa
em torno dos meses de março e abril.
O macho voa no amanhecer, mais entre 7 e 8 hs, mesmo com chuva.
Ele exibe seu brilho em vôo rápido, irregular, perto
do solo, nas trilhas ou na beira dos caminhos. Tem a cor azul-metálica,
com brilhos arroxeados, produzida pela luz refletida nas minúsculas
escamas transparentes inseridas em suas asas.
A fêmea lembra a borboleta
capitão-do-mato Morpho achilles achillaena, com a cor azul
circundada de preto, porém é bem maior, tem as asas
mais pontudas e a cor desbotada.
A fêmea virgem é atraída pelo brilho dos machos,
no amanhecer, e se deixa perseguir para a cópula, que dura
aproximadamente uma hora.
A fêmea fecundada voa mais tarde, durante as horas quentes
do dia. Faz a postura no topo das árvores, de diferentes
famílias botânicas. Suas lagartas são polífagas
e gregárias.
No Sul e parte do Sudeste,
esta borboleta tem apenas uma geração por ano, passando
nove meses em estágio de lagarta. A borboleta voa somente
em março e abril, às vezes maio, sendo o pico no início
de abril. É quando se dá a cópula e postura.
Em outubro-novembro, após seis meses, a lagarta está
completamente desenvolvida (80mm). Abandona a planta-alimento e
se fixa na vegetação, próxima à árvore
em que se desenvolveu. Permanece sem se alimentar, apenas bebendo
orvalho, por uns três meses. Após janeiro, só
então se transforma em crisálida (35mm), para sofrer
a transformação e eclodir, como borboleta, cerca de
três meses após. Esta se alimenta do suco de frutos
maduros caídos no chão da floresta.
Na APA do Morro do Leme:
Em 9 de abril de 2004, conseguimos ver por 15 vezes a borboleta-azul
macho. Era um revezamento de pelo menos sete borboletas, voando
na mesma manhã.
Na estrada do Forte do Leme, após a primeira curva, por meia
hora, três grandes borboletas evoluíam, da floresta
para o caminho, azul brilhando, para lá e para cá.
Chegou um instante em que todas sumiram. A estrada ficou deserta.
Era como se a imagem das borboletas, naquela manhã, tivesse
sido um sonho. Elas desapareceram como se fossem entidades mágicas
- duendes ou almas dos índios mortos.
No Morro do Leme, é muito presente a árvore arco-de-pipa,
Erythroxylum pulchrum (da família Erythroxylaceae), que é
uma planta-alimento utilizada pelas suas lagartas. Estas também
se alimentam do aldrago, Pterocarpus violaceus Vog. (da família
Leguminosae-Papilionoideae). Na APA, já vimos a borboleta
sugando amêndoas no chão. Frutos da amendoeira, Terminalia
catappa Lineu (Combretaceae), árvore exótica originária
da Ásia e Madagascar. |
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Macho - Foto: Marigo |
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Fêmea - Foto: Job |
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